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“Só na liberdade nos podemos aproximar de Deus”

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(ANS – Turim) – Tatiana, da América Central; Carlos, da Espanha; Antoine, da Ásia Central; Jonas, do Extremo Oriente;  e Christopher, da África… – está descrita a mundialidade da Família Salesiana (FS) a celebrar a abertura da 40ª edição dos seus Dias de Espiritualidade, em 13 de janeiro, em Turim-Valdocco. Cerca de 10.000 as pessoas que acompanharão os quatro dias de escuta e oração que se fazem na Casa-Mãe, com a presença de 150 representantes dos 32 grupos que compõem a mais compreensiva família religiosa católica.

Foi o P. Egídio Viganó, VII Sucessor de Dom Bosco, quem instituiu os “Dias”, de que se participa com entusiasmo. É um momento de formação intimamente ligado à “Estreia” do Reitor-Mor, carta-roteiro para o novo ano, a reunir a pluralidade de experiências numa via comum. O ano de 2022 é dedicado a São Francisco de Sales, no 400º Aniversário do seu ‘Dies natalis’: um aniversário que – muito mais do que uma homenagem ao homem que deu linfa preciosa ao carisma de Dom Bosco – é uma verdadeira volta às fontes de uma espiritualidade ainda hoje vitalmente fecundante.

O P. Ivo Coelho, Conselheiro Geral para a Formação, ao abrir o encontro descreveu a ligação entre a “redescoberta” do P. Paulo Albera (cujo centenário da morte se acaba de encerrar) e a de São Francisco de Sales. “O II Sucessor de Dom Bosco, P. Albera, homem de estudo, se fez apreciar pela profundidade e intensidade da sua pregação”; teve o cuidado de deixar um registro escrito do seu percurso espiritual no seu diário, que ainda hoje “dá testemunho do diálogo entre graça e liberdade, fundamento do carisma de Dom Bosco”. O P. Albera – sob certos aspectos diferente da imagem popular do salesiano brincalhão – foi capaz de conquistar os corações com o seu muito sóbrio jeito de ser. “Podemos ser discípulos continuando a ser nós mesmos”, sublinhou o P. Coelho; “na sequela não há que perder a nossa originalidade”.

Aqui se encontra  a ligação direta com São Francisco de Sales, um homem de cultura e capaz de se aproximar de todos. “É a bondade que nos distingue” – exortou o Reitor-Mor na sua reflexão sobre a figura do Santo que Dom Bosco propôs aos seus rapazes como Patrono da aventura que estavam a iniciar. Só na liberdade nos podemos aproximar de Deus.

Depois da projeção do vídeo que resume os temas da Estreia, o P. Ángel Fernández Artime insistiu na necessidade de meditar nesta verdade: “Deus atrai a Si as suas criaturas sem lhes tirar a liberdade que Ele mesmo lhes doou, porque é obra de amor. O salesiano se propõe despertar o entusiasmo por Deus, mas o faz sempre com cuidado e respeitando plenamente a pessoa com a qual se encontra”. Colocada esta premissa, pode-se interpretar de modo correto o mote de São Francisco de Sales, mote que se tornou o título da Estreia para 2022: “Fazer tudo por amor, nada por força”.

O chamado a doar-se aos outros no serviço educativo e de promoção humana se alimenta do exemplo dos mais idosos e do poder do Espírito; pressupõe um movimento de generosidade da pessoa: movimento que corresponde a uma vontade positiva e nunca a uma imposição. O Reitor-Mor entretanto observou com simpatia – com um “guiño”, como disse – : “Mas esta liberdade não significa que eu ‘faça somente o que me agrade’: é, antes, a descoberta e uso jubiloso de uma responsabilidade”.

Na Concelebração Eucarística e na sessão feita posteriormente, cresceu o conhecimento mútuo, o que permitirá a todos também enfrentar os próximos intensos dias de escuta mútua.

Fonte: ANS