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Oratório Filhos de Dom Bosco completa 25 anos de criação

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O dia promete ser de celebração e alegria pelo jubileu de prata do oratório salesiano em Rondonópolis (MT), “Filhos de Dom Bosco”. A missa solene pelo aniversário está marcada para as 18h desta quarta-feira (02/06), no Teatro São Francisco de Sales, no Oratório.

O começo — A história da grande obra social localizada no Jardim Parque Universitário começou no dia 2 de junho de 1996 quando um tirocinante salesiano, recém-chegado à cidade, teve a inspiração de organizar ao lado da capela – hoje paróquia – São João Batista, um oratório salesiano que reunisse a juventude local. “Eu vi que ali havia muitas crianças, jovens e adolescentes e havia muitos campeonatos de futebol de várzea, em chão batido, onde se reuniam adultos e crianças e me questionei até que ponto aquele ambiente era saudável, educativo para eles. E aí, então tive a ideia de fazer o oratório. Mas claro que precisei formar um grupo de monitores, de jovens que pudessem entender a proposta e iniciar os trabalhos. Ali era o local porque são bairros bastante populosos”, revela o hoje inspetor da MSMT, P. Ricardo Carlos.

Pandemia — Hoje, os brinquedos vazios, o pátio silencioso e a tranquilidade dos espaços estão tristes pela ausência das crianças e jovens que rotineiramente frequentam o lugar. As circunstâncias da vida fizeram com que a comemoração do jubileu de prata do Oratório Filhos de Dom Bosco tivesse este contraste. Por causa da pandemia, as atividades presenciais estão reduzidas. Mas isso é apenas uma parte da história que começou há 25 anos, no pequeno espaço, onde hoje é apenas um gramado ao lado da Igreja sede da Paróquia São João Batista.

Vocações — São muitas as histórias e as vidas modificadas pelo funcionamento do Oratório festivo. Uma dessas vidas é a do hoje Padre Vanderson de Souza Gomes, atual pároco da Comunidade São João Batista. Ele é o primeiro salesiano fruto do Oratório. Ele considera que é uma responsabilidade muito grande a que carrega hoje para continuar esta obra tão importante para a própria história de vida dele. “O Oratório foi muito importante na minha formação e agora eu procuro seguir tudo aquilo que os outros construíram antes, que plantaram aqui, para levar esse projeto à frente”, revela o jovem sacerdote.

Outra vocação salesiana nascida no Oratório Filhos de Dom Bosco é do Diácono, Rafael Gustavo Lopes. Ele está em Roma concluindo os estudos de teologia para ser ordenado sacerdote no próximo mês de julho. “Eu comecei a participar do Oratório aos 7 anos de idade. A minha história foi a cada dia me envolvendo, me apaixonando, lendo a história de Dom Bosco e de tantos salesianos que ali doaram e que continuam a doar as suas vidas em favor dos jovens. A cada domingo, a cada terça-feira, a cada dia que eu participava, eu sentia uma alegria imensa, porque brincar, jogar e rezar eram momentos especiais, que ajudaram no meu crescimento, na minha vida. Foi nesse ambiente que eu cresci e que fui me formando em todas as dimensões, humana, espiritual e intelectual e que nasceu e cresceu a minha vocação”, afirma o Diácono salesiano.

O realizador — Dois anos após o início das atividades do Oratório, chega a Rondonópolis o Padre Danilo Rinaldi. Na bagagem, ele traz a vontade de construir uma estrutura mais adequada para o funcionamento do Oratório. O pequeno espaço com algumas mesas de jogos e duas bolas de vôlei não era suficiente para atender todos aqueles jovens. Por isso, com muito trabalho e apoio de bem feitores no Brasil e na Itália, P. Danilo começou a comprar os lotes do terreno em frente à Igreja São João Batista, onde hoje funciona diariamente o “Oratório Filhos de Dom Bosco”, com oficinas, recreação e alimentação. “Eu acredito que é a providência de Deus que faz sem dizer: ‘Quero’. Eu fui fazendo, fui ampliando e as coisas foram acontecendo conforme a vontade de Deus. Antes era só diversão e uma palestra ou duas. Depois comecei a fazer oficinas de Inglês e Informática, que são as mais importantes para arrumar emprego. Mas fizemos diversas outras oficinas, até de manicure”, afirma o P. Danilo.

Testemunhos — Esse trabalho se reflete na vida da comunidade. Pessoas como a Samira Rodrigues da Conceição, de 18 anos. Ela chegou ao oratório pelas mãos da mãe, que trabalhava de serviços gerais, enquanto ela brincava e fazia as oficinas. Depois se tornou menor aprendiz e hoje é uma das colaboradoras contratadas. “Eu passei por grandes dificuldades, com minha mãe doente, e foi o pessoal do oratório que me acolheu e me ajudou em tudo o que eu precisava”, reconhece a jovem.

Outro exemplo de vida influenciada pelas atividades do Oratório é a Talita, de apenas 11 anos. Ela começou a participar das atividades no contra turno das aulas para recreação. O acolhimento dos educadores a cativou profundamente. “Quando eu comecei a frequentar aqui eu não era católica. Depois eu passei a ser católica. Mas nunca fizeram diferença para mim. O oratório acolhe a gente de braços abertos, como uma mãe ou um pai”, garante a adolescente.

A cidade — Rondonópolis tem hoje quase 250 mil habitantes. Crescimento econômico que mantém contrastes sociais visíveis. Neste contexto, o trabalho do Oratório Filhos de Dom Bosco é um fator de destaque, reconhece a secretária municipal de Promoção e Assistência Social de Rondonópolis, Neiva Terezinha de Cól. “O Oratório está instalado em uma região de muita vulnerabilidade, nós temos ali uma unidade do Centro de Referência de Assistência Social que atende o mesmo público que o Oratório. Então, esse diálogo entre a nossa unidade e o Oratório é muito importante”, afirma a titular da SEMPRAS.

Parcerias — O funcionamento do Oratório, com toda a estrutura disponível, se dá com grande participação da comunidade de Rondonópolis com doações de diversas modalidades, com parcerias junto aos poderes públicos e participação importante da Missão Salesiana de Mato Grosso. A população da cidade reconhece e confia no trabalho ali desenvolvido e, por isso mesmo, sempre ajuda. “A população compreendeu que não pode ficar rico e sozinho. Eu ensinei isso com a vida e com as palavras. Agora mesmo serão distribuídas 400 refeições marmitex por um mês, todos os dias, para pessoas que o oratório fez o cadastro. São doadores fazendeiros, industriais, que têm um bom coração, conhecem e confiam no nosso trabalho”, enfatiza o diretor da presença salesiana, P. Danilo.

Verdadeiro Autor — Passados 25 anos de trabalhos, 23 dos quais P. Danilo esteve à frente da obra salesiana em Rondonópolis, o sacerdote, como Dom Bosco, reconhece a intervenção divina no trabalho desenvolvido. “Dom Bosco dizia assim: ‘Foi Ela que tudo fez’. Eu, hoje, com a teologia diferente um pouquinho, digo: Foi Ele, Deus, que tudo fez, por intercessão de Nossa Senhora! Que Deus nos dê a graça de continuar, não somente mais 25 anos, mas que possa, este oratório, para o bem da Igreja, do Povo de Deus e do mundo, que possa sempre mais transformar as pessoas, através do Oratório, através dos benfeitores, através dos colaboradores, e formar bons cristãos e honestos cidadãos”, conclui P. Danilo.

 

Euclides Fernandes

DRT/MS 55/02