Início Comunicação Social Diácono Missionário Salesiano será ordenado sacerdote em Meruri no próximo sábado

Diácono Missionário Salesiano será ordenado sacerdote em Meruri no próximo sábado

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Aos 32 anos, o missionário Beatus Volkmar Tola, diácono salesiano, receberá das mãos de D. Protógenes Luft, o segundo degrau da ordem do presbiterato, no próximo sábado (23/01), na Missão Indígena de Meruri (MT)

Nascido na cidade de Ende, Ilha de Flores, na Indonésia, é o quarto de sete irmãos. Apesar do país ser de maioria muçulmana, sua família é católica e foi logo batizado. Recebi meu sacramento do batismo oito dias após meu nascimento”, revela. Aos 12 anos de idade entrou para o seminário menor na ilha de Sumba, onde cursou o ensino fundamental. Morou ali por seis anos. “Essa oportunidade, então, me tornou independente em minha fé e em várias decisões que sempre estiveram relacionadas as minhas próprias experiências espirituais”, acrescenta o missionário.

Em 2007, Beatus iniciou o seu processo formativo com os Salesianos de Dom Bosco na Indonésia. Cursou filosofia na capital, Jacarta e, em seguida, foi enviado pelo Reitor Mor como missionário Ad Gentis para a Missão Salesiana de Mato Grosso, no Brasil. “Decidi ser missionário com base na convicção da minha escolha de consciência (voz do coração) quando vi uma revista salesiana sobre a obra salesiana no Sudão. Ao ver a atividade deles lá, fiquei comovido e minha voz interior disse: ‘Beatus, vá lá’. Logo após esse evento, transmiti meu desejo de ser um missionário”, afirma.

 

Como lema sacerdotal, Beatus escolheu o versículo 17 do capítulo 20 do evangelho de S. João: “Tu sabes que te amo. Apascenta as minhas ovelhas”. (Jo 21.17) “A escolha de ser religioso e sacerdote se baseia em algumas das experiências que vivi no seminário menor, onde fui ajudado pelos sacerdotes que deram suas vidas em dedicação a muitas pessoas. Ver cada um deles se entregando ao “outro” me fez pensar que havia algo que realmente não poderia ser explicado com razão, mas podia ser sentido. Era lindo ver como eles compartilhavam alegria e disposição com os outros para a grande tarefa da Glória do próprio Reino de Deus. A experiência de felicidade e sofrimento daqueles sacerdotes despertou em mim o desejo de ser padre”, reconhece o jovem salesiano.

O contato com a Congregação aconteceu através de um professor de física, padre salesiano. Até então, desconhecia completamente a vida e a obra de São João Bosco. Depois de conhecer o Pai e Mestre da juventude, veio a identificação com sua vida e seu trabalho. “O mais interessante para mim na vida de Dom Bosco foi o quanto ele lutou para se tornar sacerdote, porque o custo para ser sacerdote naquela época era muito alto, mas ele, com fé e muito esforço, se empenhou para se tornar um sacerdote por causa de seu sonho maior de dar vida pelos jovens pobres e abandonados”.

Beatus chegou ao Brasil no dia de Santa Teresinha (01/10), para o período de Tirocínio. Trabalhou um ano como assistente na Aldeia indígena de Meruri, com o povo Boe Bororo e um ano no Colégio Santo Antônio – Coxipó como formador dos aspirantes. Após a ordenação sacerdotal, deverá trabalhar em outra missão indígena, na Comunidade de São Marcos. Mas, a primeira experiência missionária em Meruri valeu a escolha do lugar para receber o sacramento da Ordem. “A experiência de conviver com Boe Bororo e os salesianos será sempre uma história viva do passado, do presente e do futuro. Além disso, também creio que minha escolha para ser ordenado em Meruri foi porque há uma história viva dos mártires Rodolfo Lunkenbein e Simão Bororo”, reconhece o missionário.

Euclides Fernandes

DRT/MS  55/02