Início Reitor Mor “Minha vocação nasceu ao ver um padre”, diz novo Reitor-Mor dos Salesianos

“Minha vocação nasceu ao ver um padre”, diz novo Reitor-Mor dos Salesianos

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Padre Fábio Attard Entrevista. Foto: ANS

No domingo, 11 de maio de 2025, a Igreja celebrou o Dia Mundial de Oração pelas Vocações. A data convida cristãos do mundo inteiro – especialmente os jovens – a refletirem: Qual é a vocação que Deus me chama a seguir? Qual o propósito da minha vida? Onde posso servir melhor?

Entre os diversos testemunhos vocacionais divulgados nesse dia, um ganhou destaque: o do Pe. Fábio Attard, recém-eleito XI Sucessor de Dom Bosco, o novo Reitor-Mor da Congregação Salesiana. Sua vocação foi relembrada pelos Salesianos no Peru em uma entrevista marcante. Em suas palavras, tudo começou com um olhar atento:
“Minha vocação surgiu ao ver um padre”.

Como era a sua família?

P. Fábio nasceu em uma família numerosa e simples.“Meu pai trabalhava em uma farmácia de hospital. Como o salário não era suficiente, minha mãe abriu uma loja quando eu nasci. Depois, abriu mais cinco. Quando ela faleceu, descobri que muitas mulheres iam até a loja não só para comprar roupas, mas para pedir conselhos. Uma senhora me disse que aquele lugar era quase como um confessionário”.

Tanto o pai quanto a mãe tinham um perfil discreto e reservado, e não costumavam comentar suas ações em casa.

A eleição como Reitor-Mor mudou sua vida? O que pensou naquele momento?

A eleição ocorreu recentemente, e ele lembra com clareza os primeiros momentos após a notícia:
“Na noite de 24 de março fui informado de que meu nome estava entre os possíveis candidatos. No dia seguinte, pela manhã, soube que havia sido eleito. Precisava pegar o trem de Roma até Turim, onde estava sendo realizado o Capítulo Geral. Milhares de coisas passaram pela minha cabeça naquele momento”.

Como surgiu o chamado de Deus em sua vida?

“O chamado nasceu quando eu ainda era criança, observando um padre”, conta.
“Ele era generoso, inteligente, com uma personalidade marcante e grande capacidade de interpretar a realidade. Até hoje está vivo. Era salesiano e depois se tornou padre diocesano, mas continuou vivendo o espírito de Dom Bosco. Ele foi o meu primeiro modelo. Mas, claro, nada aconteceu de forma automática”.

E como a sua vocação evoluiu e continua a evoluir?

P. Fábio reconhece que sua vocação amadureceu com o tempo:“Venho de uma excelente família. Somos sete irmãos, e meus pais se dedicaram inteiramente a nós. Tive um modelo de família muito bonito”.

Ele também revela que chegou a considerar o matrimônio: “Pensei em me casar quando tinha 14 ou 15 anos e, mais tarde, aos 21 ou 22, enquanto estudava Teologia. Mas esses foram momentos de discernimento, não de crise. Percebi que entregar minha vida a Deus não significava desistir de ser pai, mas viver uma outra forma de paternidade: a de ser pai de muitos jovens.”