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Publicado o Decreto de Venerabilidade do Servo de Deus Dom Antônio de Almeida Lustosa SDB

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Dom Antônio de Almeida Lustosa. Foto: Arquivo ANS

Foi transmitido pelo Dicastério das Causas dos Santos ao Postulador Geral das Causas dos Santos da Família Salesiana, P. Pierluigi Cameroni SDB, o Decreto com que, em 22 de junho de 2023, o Sumo Pontífice Francisco declara que “constam as virtudes teologais da Fé, Esperança e Caridade para com Deus e com o próximo, as virtudes cardeais da Prudência, Justiça, Temperança e Fortaleza, e as outras virtudes conexas, praticadas em grau heroico pelo Servo de Deus Antônio de Almeida Lustosa, da Sociedade Salesiana de São João Bosco, Arcebispo de Fortaleza”. Assina o Decreto o Prefeito do Dicastério, Cardeal Marcello Semeraro, e o Secretário, Mons. Fabio Fabene.

O Decreto inicia com a expressão “À sombra de tuas asas”. Esta citação bíblica, presente em diversos salmos e escolhida por Dom Lustosa como lema episcopal, bem ilustra o testemunho de vida virtuosa desse Servo de Deus que, colocando em Deus a sua confiança e o seu refúgio, viveu uma intensa união com Ele, fonte da sua incansável e fecunda ação pastoral.

Após percorrer de modo mui sucinto as etapas da vida do grande Arcebispo salesiano, o Decreto resume as fases da Causa de Beatificação: devido à fama de santidade, procedeu-se ao Processo Diocesano na Cúria Arquiepiscopal de Fortaleza-CE (Brasil), de 14 de agosto de 1993 a 14 de agosto de 2001, cuja validade foi reconhecida pelo Dicastério das Causas dei Santos com Decreto de 2 de maio de 2003. Preparada a ‘Positio’, esta foi submetida ao exame dos Consultores Teólogos no dia 8 de novembro de 2022. A Sessão Ordinária dos Padres Cardeais e Bispos se celebrou em em 20 de junho de 2023.

Bem exprimem o perfil espiritual e pastoral do novo Venerável da Igreja estas palavras pronunciadas pelo P. Pasquale Liberatore SDB, no tempo Postulador Geral, por ocasião do XIX Aniversário (1993) da morte do Servo de Deus:

« Era um grande asceta (também exteriormente: “um invólucro aéreo” se dizia da sua pessoa física), mas de uma vontade adamantina, que traduzia o fogo que lhe queimava dentro. Graças a essa sua fisionomia interior, pôde levar por diante um trabalho excepcional, cujos traços persistem impressos nos mais variados setores: pesquisador apaixonado da verdade, estudioso sério, escritor e poeta, criador de inúmeras Obras: Pré-Seminário Cura d’Ars, Instituto Cardeal Frings, Hospital São José, Santuário de Nossa Senhora de Fátima, Rádio Assunção Cearense, Casa do Menino Jesus, Escolas populares, Círculos operários, etc. Foi, sobretudo, fundador de uma Congregação religiosa. A um só tempo grande e… simples, sabia fazer coexistir os tantos empenhos de Bispo com o ensino do catecismo aos pequenos e – nos últimos anos de vida – as doutas aulas de latim com a humilde coleta de… selos. Pastor zelosíssimo, amou a sua gente: nunca abandonou a sua grei, sentiu a urgência das vocações, encheu de jovens os seus seminários. Em seu coração foi sempre salesiano: “Salesiano eterno” se disse dele. Feito “mestre de noviços” apenas ordenado, continuou forjando almas à moda salesiana por toda a vida. ‘Um asceta’, eu disse, no início: realmente personificou o mote que nos deixou Dom Bosco: «Trabalho e Temperança». O segredo da sua santidade deve ser… perscrutado no ter ele abominado toda a forma de mediocridade. Foi um atleta do espírito – talvez seja por isso que nós gostamos de recordá-lo “sempre de pé” (ainda que tenha tido de passar os últimos anos pregado numa cadeira de rodas). Sempre de pé! Também hoje. Como quem continua a dar uma aula: a aula mais difícil e empenhativa: a da santidade.»