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Conhecendo Dom Bosco: o filme de 1935 de Goffredo Alessandrini

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(ANS – Roma) – Entre os filmes mais antigos sobre a vida de São João Bosco está a obra de Goffredo Alessandrini, de 1935, intitulada “Don Bosco”. Interpretado por Gian Paolo Rosmino, que faz o papel do Santo da Juventude, por Maria Vincenza Stiffi, no de Mamãe Margarida – além de Roberto Pasetti, Ferdinando Mayer, Vittorio Vaser, Felice Minotti – o filme conta a vida de Dom Bosco desde o nascimento (1815) até a sua canonização (1934).

A obra – produzida em 1935, logo após sua canonização pelo Papa Pio XI, na Solenidade da Páscoa, em 1º de abril de 1934 – compõe uma biografia precisa de Dom Bosco: do encontro com o sacerdote, P. Calosso, que o inicia, ainda menino, nos estudos e na vocação. Da saída da casa materna aos primeiros tempos em Chieri, o filme relata o interesse pelos jovens, a criação do oratório e consequentes conflitos pelo bairro com as autoridades locais, até ao lançamento das escolas profissionais e agrícolas, à fundação da Congregação Salesiana, às primeiras missões e, por fim, à sua morte, em 1888, com um encerramento dedicado à canonização.

“Nobre afirmação das possibilidades que o cinema possui quando combina sabiamente a arte com fins educativos”, foi escrito em “Cinema Reports” (vol. 1, 1934-1935).

A obra representa um exemplo clássico do gênero hagiográfico, mas enriquecido por uma linguagem refinada e soluções inteligentes. De fato, na edição de 12 de junho de 1935 da revista Cinema Illustrazione, o filme foi classificado como um simples “documentário de caráter informativo”, mas ganhou o elogio: “Alessandrini é um dos nossos diretores mais jovens e inteligentes; são muitas as páginas lindas e algumas cenas – como a da morte do santo – atingem um clima de verdadeira poesia e infalível força dramática”.

Filmado nos estúdios FERT, de Turim, e em Chieri e Monferrato, produzido por “Lux Film”, o filme caracterizou-se também pela participação na filmagem de atores não profissionais, entre os quais vários religiosos salesianos.

A trilha sonora é do grande compositor italiano moderno Gian Francesco Malipiero. Finaliza com trechos do cinejornal da época.

O filme faz parte do acervo cinematográfico da Congregação Salesiana depositado em 2016 no CSC-National Cinema Enterprise Archive de Ivrea, composto por cerca de 500 filmes – uma valiosa documentação da presença dos salesianos em muitos países do mundo.

A obra é utilizada ainda hoje para a apresentação de Dom Bosco em muitos países e realidades, dublada e acessível on-line em vários idiomas.

Para os leitores da ANS, recomendam-se as versões em italiano e inglês.