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Catequese é o tema de entrevista com o P. João dos Santos Neto

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Padre João dos Santos Neto, SDB. Foto: MSMT

O Salesiano P. João dos Santos Barbosa Neto apresentou no final do mês de agosto seu mais recente livro “Catequista Educador e Comunicador da Fé”, lançado pela Editora Vozes. O P. João Neto é licenciado em Filosofia (UCDB/MS), bacharel em Teologia (UPS/Itália), pós-graduado lato sensu em Counseling (IATES/PR), pós-graduado lato sensu em Psicopedagogia (UCDB/MS), mestre em Teologia Pastoral (UPS/Itália) e doutor em Teologia Pastoral (USP/Itália). Sacerdote salesiano, hoje trabalha como reitor do Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora em Corumbá (MS).

Nesta entrevista ao Portal da Missão Salesiana de Mato Grosso, Padre João Neto fala um pouco mais sobre o tema da catequese, que é sua especialidade acadêmica, tendo já outro livro publicado com o mesmo assunto e participação em mais outros dois. As suas respostas são preciosas para indicar a importância da pessoa do catequista no serviço à Igreja e como essa vocação é uma “messe” ainda carente de valorosos trabalhadores.

  • Este é o seu segundo livro com o tema de catequese: Como se pode definir a vocação do catequista?

A vocação do catequista entra na dinâmica do amor de Deus para com o seu povo, na qual Ele suscita entre os batizados alguns fiéis para colaborarem de modo estável no serviço da transmissão e educação da fé. O batizado, em clima de oração, responde este chamado de Deus e coloca-se à escuta ativa da voz do Espírito Santo acolhendo este precioso dom que lhe é ofertado gratuitamente.

  • Os atuais livros de catequese são propostas mais celebrativas do que de conteúdo formativo para a fé católica. Por que está desta forma?

De modo geral, existe um esforço para a implementação do IVC (Iniciação à Vida Cristã) o que requer uma catequese mais celebrativa dada a necessidade de uma maior aproximação com a liturgia de modo que facilite a imersão do catequizando no mistério.

É necessário encontrar o justo equilíbrio doutrinal e mistagógico, de tal modo que possamos orar como cremos e crer como oramos, num modo de ser que seja capaz de alimentar cotidianamente a própria vida de fé em comunidade. A IVC não se reduz à aprendizagem doutrinal, mas é, sobretudo aprofundamento do encontro pessoal com Jesus Cristo.

  • Qual o papel do catequista católico na comunidade atual em que o mundo virtual vem destruindo os valores ensinados na catequese?

Hoje em dia é de suma importância que o catequista esteja inserido na dinâmica do mundo virtual, e desenvolva habilidades para utilizá-lo em sua missão evangelizadora. A desvirtuação dos valores não pode ser um fator determinante para a não utilização dos meios, mas deve ser um estímulo evangelizador de um espaço carente de uma presença que testemunhe ardentemente a fé cristã.

Como comunicador da fé o catequista acrescenta certa competência ao mandato de Cristo de proclamar o Evangelho, e como a atual geração juvenil é nativo digital, ele não pode nem desconsiderar o mundo virtual e nem mesmo ter certa ojeriza dele. Mas aprender técnicas e linguagens que facilitem a transmissão da Boa-Nova ecoando-a no coração dos jovens para que a vivam e a testemunhem.

  • O catequista precisa ser um professor, um comunicador, um orientador ou os três ao mesmo tempo?

O catequista precisa desenvolver habilidades de diversas ciências (pedagógica, didática, lúdica, teológica, pastoral, bíblica, comunicativa) que visam otimizar e qualificar a própria missão. Contudo, A carta apostólica Antiquum Ministerium afirma que “o catequista é ao mesmo tempo testemunha da fé, mestre e mistagogo, acompanhador e pedagogo que instrui em nome da Igreja” (Atm n. 6).

O catequista assume uma função muito especial e empenhativa, na qual acompanha os catequizandos, tomando-os pela mão no processo de imersão do mistério, ensinando a doutrina e fazendo-os fazer experiência das celebrações e da vida comunitária.

  • Qual a maior dificuldade nas paróquias para encontrar bons catequistas?

A maior dificuldade encontra-se na generosidade do batizado em responder ao chamado do Senhor, e isso acarreta em uma defasagem no número de catequistas na maioria de nossas paróquias. A instabilidade é outro fator preocupante, pois as frequentes desistências de catequistas fragilizam o processo de IVC, já que um novo catequista deve reiniciar todo o trabalho.

Uma vez organizado o grupo de catequistas é de fundamental importância estabelecer o iter formativo no qual eles percorrerão para o desenvolvimento e aprofundamento de competências e habilidades. Este percurso formativo deve obrigatoriamente englobar a dimensão espiritual dos catequistas concebidos como vocacionados e imbuídos de uma missão específica na missão da Igreja.

O livro “Catequista Educador e Comunicador da Fé”, pode ser adquirido no site oficial da editora VOZES:

https://www.livrariavozes.com.br/catequista-educadorecomunicadordafe6557139720/p