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“Stat Crux dum volvitur orbis” – Estudantes salesianos servem em Liturgia no Vaticano

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Foto: Reprodução Instagram Vaticano

 

A liturgia da Semana Santa é a mais importante do ano para os católicos. A participação nas funções é um grande exercício de piedade, fé e compromisso eclesial. Além disso, essas celebrações primam pela beleza e profundidade de ensinamentos e orações. Neste ano, quem acompanhou as funções da Semana Santa realizadas no Vaticano, pela televisão, pode perceber a seriedade e riqueza da liturgia. No entanto, um grupo de salesianos teve o privilégio de acompanhar mais de perto ainda. Um deles é o Diácono Danilo Guedes, que atuou na Celebração da Paixão e Morte do Senhor, na Sexta-feira Santa, junto ao Papa Francisco. Ele conta a história com detalhes, no texto que segue abaixo.

“Após dois anos de Celebrações restritas ao público, o Tríduo Pascal deste ano no Vaticano voltou à normalidade. Como de costume, sempre um Colégio em Roma é convidado para servir durante as Celebrações; desta vez coube à Comunidade Teológica do Gerini cumprir esta missão por mediação do Pe. João Neto, coordenador da Pastoral do Teologado. A nós foi dada a missão de colaborar no serviço litúrgico da Celebração da Paixão e Morte de Nosso Senhor. Esta celebração evidencia miraculosamente o olhar de fé que a Igreja volta ao Cordeiro Imolado.

Foto: Reprodução Instagram Vaticano

 Éramos 19 estudantes salesianos, dos quais 4 Diáconos salesianos (Angola, Brasil, Timor Leste e Zâmbia) e 3 diocesanos (Itália e EUA). O Cerimoniário dos Diáconos, Monsenhor Krzystof Marcjanowiz (Polônia), dividiu as funções e nos acompanhou nos ensaios. A precisão, decoro, zelo e eficiência do Corpo Cerimonial Pontifício são uma verdadeira escola litúrgica, na qual cada gesto é um ato de amor a Deus. Antes de iniciar a Celebração, o Santo Padre veio saudar a cada um de nós. Quando eu disse que era brasileiro, me respondeu em português: “Deus te abençoe”. 

 Fui agraciado com a função de Diácono ministrante cruciferário e, até então, não imaginava a tamanha responsabilidade da função. Só me dei conta no momento em que já estava no átrio central da Basílica e toda a atenção estava voltada para Cristo Crucificado. Quando o coro cantava Ecce lignum crucis, senti o peso do madeiro da cruz e o suor entre minhas mãos, enquanto rezava com toda a Igreja. Naquele momento, diante de Cristo sofredor, pedi, para o meu ministério sacerdotal, o dom da santidade, visto que esta é a síntese da vida cristã: A configuração ao Cristo. 

 Quando o Santo Padre, com muita dificuldade (devido sua atual condição de saúde) tomou a cruz das minhas mãos e a levantou, me recordei da Statio Orbis no início da Pandemia (27/03/2020), na qual o Papa Francisco, sozinho, venerava a Cruz de Cristo enquanto o mundo estava em quarentena. Naquele momento, materializou-se o famoso mantra monástico dos Cartuxos que diz: “Stat Crux dum volvitur orbis (A Cruz permanece firme enquanto o mundo gira). De fato, a Cruz de Cristo sempre permanecerá firme, não obstante o mundo a renegue, mais que um instrumento de tortura, é a via segura para a nossa salvação”. 

Diác. Danilo Guedes, SDB.

Fotos: Reprodução Instagram Vaticano