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Canonização de Dom Bosco

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Em 1° de abril de 1934 o Papa Pio XI proclamou santo o sacerdote turinês João Bosco (1815-1888). Nesta data celebrava-se a Solenidade da Páscoa e Encerramento do Jubileu extraordinário da Redenção.

O processo de beatificação e canonização de São João Bosco teve início em Turim, no dia 4 de junho de 1890 e durou 34 anos, passando pelo processo ordinário, conduzido pelo bispo local; processo apostólico romano e a comprovação de quatro milagres prescritos (dois para a beatificação e dois para a canonização).

Durante o processo romano (1907-1927) surgiram objeções à beatificação de Dom Bosco. As acusações se referiam à chamada “astúcia” dele para o sucesso pessoal e ganho econômico. Acusaram-no ainda de não mostrar-se transparência ao garantir esmolas e heranças e de desobediência quase sistemática ao Arcebispo de Turim, Dom Gastáldi.

Tais acusações foram comprovadamente infundadas no decorrer do processo. No encerramento do processo romano, em 8 de fevereiro de 1927, o Papa Pio XI declara: “O venerável Dom Bosco pertence à magnífica categoria de homens escolhidos em toda a humanidade, a esses colossos de grandeza benéfica; e a sua figura facilmente se recompõe se à análise minuciosa, rigorosa, das suas virtudes, qual se fez nas precedentes discussões, longas e reiteradas, suceder a síntese que, reunindo as esparsas linhas, a restitui admirável e grande: uma figura magnífica, que a imensa e insondável humildade, não conseguia esconder”.

Dom Bosco foi beatificado no dia 2 de junho de 1929 e, na homilia de 1° de abril de 1934, foi declarado como o “apóstolo da juventude, inteiramente dedicado à glória de Deus e à salvação das almas”, que se distinguiu pela audácia dos conceitos e a modernidade dos meios, em ordem à educação completa da pessoa humana: educação que – segundo o pensamento de Pio XI, não se devia limitar apenas a avigorar o corpo, mas devia mirar a todo o seu ser, a promover a formação nas ciências, sem entretanto descurar nunca as verdades divinas e sobrenaturais.

Dito em outras palavras, a canonização de Dom Bosco relembra aos educadores de hoje a legitimidade perene do Sistema Preventivo, fundado na razão, na religião e na bondade (`amorevolezza`), e objetivando a construção do honesto cidadão e do bom cristão: um sistema educativo comprovado, em pouco mais de um século, por uma falange de modelos da santidade juvenil como Domingos Sávio, Laura Vicuña, os Cinco Jovens Mártires de Poznań, Alberto Marvelli, os Jovens Mártires espanhóis, o índio Zeferino Namuncurá…

Por este motivo o sacerdote turinês João Bosco entregou a sua vida, desafiando os “bempensantes” de todos os tempos. Por isso ele praticou heroicamente as virtudes. É por isso que ele é santo, e permanece para sempre na glória de Deus.

Fonte: Pe Enrico Dal Covolo – Postulador Geral salesiano para as Causas dos Santos