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Pastoral da Juventude em tempos de isolamento social

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Isolamento social — Ninguém queria, ninguém esperava, poucos gostaram, mas foi preciso. E lá estão milhões de pessoas em todo o mundo, presas dentro de casa – ao menos, aquelas que têm uma. Quem pode, ficou em casa. E, nesse imenso grupo, estão os jovens estudantes, oratorianos, atendidos dos Centros Juvenis Salesianos e outras obras sociais.

Apesar do isolamento, o mundo continuou a girar e, ao contrário do que se esperava, os problemas sociais, emocionais, econômicos, psicológicos e espirituais, não pararam junto com as atividades escolares, comerciais e industriais. Muitos deles até se agravaram neste período.

Nada para fazer — Dom Bosco dizia sempre aos seus jovens que “as férias são a colheita do diabo” e que “o ócio é o pai de todos os pecados”. Apesar de não ser este um período de férias, o isolamento se tornou um fator estimulante ao ócio. Entre as inúmeras propostas de atividades a serem desenvolvidas sem sair de casa, que pipocaram na internet desde os primeiros dias de confinamento, surgiu a necessidade de manter o contato e as atividades pastorais com a juventude, com os instrumentos que estão disponíveis.

Apoio tecnológico — Quando os minutos e até as horas estão sobrando nas atividades do dia, as redes sócias “bombam”. Os tradicionais “memes” que fazem tanto sucesso nas redes mais famosas cederam um pouco de espaço para as “lives”. Com a proibição das reuniões nas igrejas, as missas e todas as funções da Semana Santa só puderam ser acompanhadas pela televisão ou pela internet. Quase todas as comunidades, desde as catedrais até as mais simples capelas de periferia aproveitaram a ferramenta tecnológica e transmitiram ao vivo as liturgias.

A celebração vista na tela do smartphone não tem o mesmo efeito sacramental daquela presencial, mas mostrou um campo aberto para manter o diálogo com os fiéis, especialmente os mais jovens, mesmo à distância. Algo que foi também descoberto e grandemente explorado pelos artistas impedidos de reunir público para apresentar suas músicas e poesias.

Uma experiência nova — Na sede da Missão Salesiana de Mato Grosso, os assistentes de pastoral Hudson, Jaqueline e Renato se lançaram no desafio. Com apoio e participação ativa do Delegado Inspetorial da Pastoral Juvenil, padre Wagner Galvão, realizaram cinco “lives”, sendo uma missa e quatro reflexões musicais sobre temas atuais da juventude. “Nós não podemos parar no tempo e deixar essa oportunidade de falar com os jovens passar assim, sem aproveitar. Os jovens estão nas redes, então nós temos que ir lá encontrá-los”, revela Hudson Américo, acostumado a conversar com grandes plateias ao vivo, e agora procura o “melhor tom” para cativar os jovens também nas redes.

A experiência também foi desafiadora para Renato, recém-chegado à equipe de pastoral da MSMT. Coube a ele apresentar, na “live” mais recente, a importância da oração, segundo os ensinamentos da Igreja Católica. “Este é um desafio válido porque precisamos estar preparados para tudo em termos de comunicação para poder chegar ao jovem. Estudar e aprofundar a nossa doutrina católica é uma preparação fundamental nesse processo”, afirma.

A liderança da equipe é o do delegado inspetorial para a pastoral juvenil, padre Wagner Galvão, que participou de quatro “lives”. Ele apoia a incentiva a proposta. “O nosso Reitor-mor, P. Ángel Fernandes Artime, disse que as redes sociais são o “novo pátio” em que o salesiano deve estar presente com os jovens, para poder entendê-los melhor, ouvi-los quando necessário, e estar sempre prontos a dar-lhes uma “parolina all’orecchio”, como dizia nosso Pai, Dom Bosco. Agora, no CG28, foi destacada a necessidade de assumirmos a nossa identidade com o carisma salesiano. Isso significa estar muito perto dos jovens, no ambiente deles, falando a língua deles, e ensinando a eles o caminho para a salvação das almas, como Dom Bosco queria”, argumenta o padre Wagner.

A proposta é manter a atividade mesmo depois que encerrar definitivamente o isolamento social, com o retorno das aulas e demais atividades pastorais.