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Os milagres de Nossa Senhora Auxiliadora através de Dom Bosco

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(ANS – Roma) – Dom Bosco fez numerosos milagres, embora os atribuísse à intercessão de Maria Auxiliadora. Conferir alguns depoimentos nos faz compreender a enorme Fé que ele tinha na ajuda infalível de Maria Auxiliadora.

Num dia ensolarado de primavera, Dom Bosco se encontrava em Lanzo, no Piemonte, para visitar uma das escolas que fundara. Assim que chegou, soube que sete meninos estavam em quarentena na enfermaria, com varíola. Doentes ou não, a Fé naquele que acreditavam ser um santo era tão grande que eles tinham certeza de que, se Dom Bosco fosse abençoá-los, ficariam bem e não precisariam perder as diversões e os programas previstos para o período de sua visita. De seu quarto, então, os enfermos enviaram um pedido urgente ao padre visitante.

Com a habitual indiferença pelo seu próprio bem-estar – uma vez dissera a uma mulher: “Senhora, não me tornei padre para cuidar da minha saúde” – o santo entrou nos aposentos dos jovens em quarentena. Entre aplausos e expressões de alegria, os garotos começaram a gritar: “Dom Bosco, Dom Bosco! Nos abençoe e nos cure!”. Dom Bosco riu da exuberância daqueles jovens e perguntou se eles tinham Fé na intercessão de Maria, uma vez que, como todos os santos, Dom Bosco nunca atribuiu as curas extraordinárias à sua própria força de oração.

“Sim, sim!”, responderam em coro. Se Dom Bosco rezava, eles estavam cheios de fé.

“Então rezemos juntos uma Ave-Maria”, propôs. Talvez ele tenha mencionado Caná, quando Jesus realizou seu primeiro milagre público, quando Maria pede um favor a seu Filho e o obtém. Todavia, foi somente após a oração em que pedia a cura por meio das orações de Maria, e não de Dom Bosco, que ele abençoou os alunos enfermos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, de onde emana toda a cura.

Assim que suas mãos completaram o sinal da cruz, os garotos começaram a se vestir: “Agora podemos levantar, não é?”.

“Você realmente confia em Nossa Senhora?”. “Absolutamente sim!”.

“Então levantem-se!” Ele virou-se e saiu. Os seis garotos, ignorando as pústulas que ainda cobriam seus corpos, vestiram-se e correram para as festividades.

Os jovens imprudentes se lançaram à diversão e às brincadeiras com absoluta confiança e as pústulas começaram a desaparecer à medida que brincavam. A única quase-vítima naquele dia de maio de 1869 foi o pobre e responsável médico da escola, que por pouco não sofreu um ataque do coração ao ver que seus pacientes infectados com varíola poderiam “infectar” toda a escola com a doença, que muitas vezes é fatal. Embora ele estivesse compreensivelmente furioso, ninguém acabou contraindo a doença.

Outra cura comprovada de Dom Bosco ocorreu em Lanzo, na mesma localidade dos meninos curados de varíola. Esta última ocorreu por volta das 17 h do dia 16 de maio de 1867, noite de Pentecostes, na igreja de Maria Auxiliadora, que Dom Bosco havia construído ao lado de seu complexo de casas e escolas para meninos em Turim. Maria Stardero, menina cega, de aproximadamente onze anos de idade, foi levada por sua tia à igreja, onde dezenas de meninos estavam de pé ou ajoelhados em oração enquanto aguardavam a chegada de Dom Bosco para as confissões. O P. Francesco Dalmazzo, um dos primeiros salesianos, conversou com a tia. Mais tarde, durante seu testemunho, relembrou: “Foi triste ver que os olhos da menina não tinham córnea e pareciam bolas de gude brancas”.

Quando Dom Bosco chegou, interrogou a jovenzinha sobre o seu estado. Ela não havia nascido cega, mas havia perdido completamente a visão dois anos antes devido a uma doença ocular. Quando ele perguntou sobre o tratamento médico, a tia começou a chorar dizendo que elas haviam tentado de tudo, mas os médicos só diziam que não havia mais esperança.

“Você consegue enxergar se as coisas são grandes ou pequenas?”, perguntou o santo à menina.

“Não consigo ver nada”.

Ele a conduziu até uma janela. “Você consegue ver a luz?”

“De maneira alguma”

“Você gostaria de enxergar?”.

“Oh sim! É a única coisa que desejo”, afirmou emocionada.

“Você usará seus olhos para o bem de sua alma e não para ofender a Deus?”

“Eu prometo que sim, com todo o meu coração!”

“Pois bem, você vai recuperar a visão”, assegurou-lhe o homem, cuja própria visão também precisava de ajuda. Com algumas frases, ele encorajou os visitantes a terem Fé na intercessão de Maria. Juntos, rezaram uma Ave-Maria e uma outra oração a Maria, a Salve-Rainha. Então, exortando-os a terem Fé absoluta nas orações à Mãe de Cristo, ele abençoou a menina. Em seguida, segurou diante dela uma medalha de Maria Auxiliadora e pediu-lhe: “Para a glória de Deus e da Santíssima Virgem, diga-me o que tenho em minhas mãos”.

“Ela não pode…”, já ia dizendo a tia, mas Dom Bosco não prestou atenção; e a garota, alguns segundos depois, gritou: “Eu enxergo!”. E, imediatamente, decifrou o texto da medalha. Entretanto, quando estendeu a mão para pegá-la, a medalha rolou para um canto escuro.

A tia ia buscá-la, mas Dom Bosco fez sinal para que ela não o fosse.

“Deixe que ela a pegue, para vermos se a Santíssima Virgem restaurou completamente sua visão”, insistiu. A garota se abaixou na sombra e pegou o pequeno objeto. Enquanto as numerosas testemunhas assistiam à cena, maravilhadas e profundamente comovidas, a pequena Maria não conseguia conter a sua alegria e saiu correndo rumo à sua casa, enquanto sua tia agradecia a Dom Bosco soluçando, desta vez, de alegria.

Entre as pessoas curadas pelo santo havia também pessoas não credentes. Certa vez, um importante médico foi visitar Dom Bosco. Depois de alguns comentários de caráter social, ele disse: “As pessoas dizem que o senhor pode curar todas as doenças. É isso mesmo?”.

“ Claro que não! ”, respondeu o Santo.

“Mas eles me disseram que…”. O erudito gaguejou de repente. Remexendo nos bolsos, ele tirou um pequeno caderno. “Veja, eu também tenho os nomes de qual doença cada um deles foi tratado”.

Dom Bosco encolheu os ombros. “Muitas pessoas vêm aqui pedir favores por intercessão de Maria. Se eles conseguem o que procuram, devem isso à Santíssima Virgem, não a mim.”

“Bem, deixe que Ela me cure”, disse o agitado médico, batendo seu caderno no joelho, “e eu também acreditarei nesses milagres”.

“Qual é o seu problema?”

“Sou epiléptico”. Suas crises, contou a Dom Bosco, haviam se tornado tão frequentes no último ano que ele não podia mais sair. Desesperado, esperava uma ajuda que fosse além da medicina.

“Bem, faça como fazem os outros que vêm aqui”, disse Dom Bosco. “O senhor deseja que a Santa Virgem o cure. Então ajoelhe-se, reze comigo e prepare-se para purificar e fortalecer sua alma através da Confissão e da Santa Comunhão”.

O médico fez uma careta. “Sugira outra coisa… Não posso fazer nada disso”.

“E por que não?”

“Isso seria desonesto. Sou materialista, não acredito em Deus nem na Virgem Maria. Eu não acredito em milagres. Nem tampouco acredito em oração”.

Por um tempo, os dois homens ficaram em silêncio. Então, Dom Bosco sorriu, como só ele sabia fazer, para seu visitante. “Você não é totalmente desprovido de Fé: afinal, veio aqui esperando uma cura”.

Enquanto o santo sorria para ele, algo despertou no médico. Dom Bosco ajoelhou-se e assim também fez ele, sem pronunciar uma palavra, e fez o Sinal-da-Cruz.

Momentos depois, ele começou sua Confissão.

Mais tarde, ele declarou ter sentido uma alegria tal como nunca pensara ser possível. Acabou voltando várias vezes para agradecer por sua cura espiritual.

Quanto à epilepsia, simplesmente desaparecera…

Fonte: “Nothing Short of a Miracle”, de Patricia Treece