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Mensagem do Reitor-Mor sobre a libertação do Pe. Tom Uzhunnalil

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O Reitor-Mor, P. Ángel Fernández Artime, exprime grande alegria e satisfação, como comentário da libertação do P. Thomas Uzhunnalil. Assim que voltou de Malta, o Reitor-Mor quis escrever uma mensagem a todos os Salesianos e aos membros da Família Salesiana no mundo para compartilhar o acontecimento tão esperado e agradecer a todos os que para ele colaboraram.

Todos os meus caros irmãos e irmãs,

recebam a minha afetuosa saudação neste dia muito especial para nós.

Há poucas horas, na tarde de ontem, chegou em Roma o nosso irmão P. Thomas Uzhunnalil. Há meia-hora também eu cheguei depois de visitar uma Inspetoria e, agora, dispondo de uma informação mais precisa, dirijo-me a todos vocês para oferecer-lhes a informação de qual dispomos neste momento.

Esta é a grande notícia: o nosso irmão Thomas foi libertado e agora está aqui conosco.

Chegou ontem à tarde às 18 horas à Comunidade Salesiana, que presta diversos serviços no Estado da Cidade do Vaticano. Partindo do aeroporto de Muscat, em Omã, aterrissou no aeroporto de Ciampino (Roma) sendo levado à nossa Casa.

Pedi aos nossos irmãos que o hospedem alguns dias na comunidade, por diversos motivos: para que sejam garantidos os primeiros controles médicos e um necessário repouso, e para poder abraçá-lo em nome de todos os irmãos Salesianos de toda a Família Salesiana. Depois, quando os médicos o aconselharem e for oportuno, poderá certamente retornar à Índia.

São muitas as coisas que nem nós sabemos. O certo é que a sua libertação e transferência se deram através de um agente humanitário, em comunicação e conexão com o Sultanato de Omã.

Como Congregação, fomos informados há alguns meses sobre os contatos que estavam sendo feitos com os raptores, até chegar o momento presente, mas jamais tivemos outras informações. De fato, tivemos notícia da sua libertação somente ontem quando o P. Thomas já estava para chegar em Roma.

Sinto-me no dever de dizer a todos vocês e às muitas pessoas que desejam sabê-lo, que à Congregação Salesiana não foi pedido o pagamento de nenhum resgate, e não temos notícia de que tenha sido efetuado qualquer pagamento.

Como é natural e porque estamos certos de que foi assim, desejamos exprimir a nossa profunda gratidão a Sua Majestade o Sultão de Omã e às competentes autoridades do Sultanato, ao agente humanitário e a todos os que de várias maneiras se ocuparam do caso, em diversas ocasiões com generoso empenho.

Quero dar testemunho do grande afeto e da constante preocupação com que a Inspetoria Salesiana de Bangalore acompanhou a situação do nosso irmão Tom e também de como o fez toda a Congregação, durante estes longos meses do seu sequestro.

A todas essas pessoas, aos diversos organismos dos vários Estados e ao seu pessoal, manifesto com as minhas palavras a gratidão do próprio P. Thomas e de todos nós, plenamente cientes do que foi feito para a libertação deste nosso Irmão.

Meus caros irmãos Salesianos sdb e cara Família Salesiana, depois do que lhes manifestei

até agora, que explica as circunstâncias humanas do feliz acontecimento, quero manifestar a profunda gratidão, que sinto em meu coração e que é certamente também de todos vocês, ao Senhor que durante todos estes meses acompanhou o P. Thomas no profundo da sua solidão, e talvez, também do seu temor. Obrigado a Deus, na sua Providência, por este momento de alegria que estamos vivendo.

Obrigado também às milhares e milhares de pessoas que ao longo destes dezoito meses de

Getsêmani do nosso irmão Tom, rezaram com muita fé. O Senhor concedeu-nos uma grande Graça. Este é um motivo para que continuemos a corresponder no futuro com maior fidelidade e autenticidade ao seu chamado e ao carisma, que nos confiou e ao qual o P. Tom entregou a sua vida: o anúncio de Jesus e do seu Evangelho, a predileção pelos meninos, meninas e jovens do mundo todo e, entre eles, os mais pobres e abandonados.

Irmãos e irmãs todos, continuemos a dar graças ao Senhor pelo dom de ter o P. Tom entre nós. Peçamos à nossa Mãe Auxiliadora que o acompanhe e sustente, e que Ela continue a fazer tudo na vida de cada um de nós, como sempre fez com Dom Bosco.

Cumprimenta-os com sincero afeto,

P. Ángel Fernández Artime,

Reitor-Mor

 

A história do Pe. Tom Uzhunnalil

Um impressionante testemunho de fé: é o que afirmam ter visto os Salesianos que, ontem, 12 de setembro, tiveram a oportunidade de encontrar-se com o P. Tom Uzhunnalil, finalmente libertado depois de um ano e meio de cativeiro.

O encontro teve início pelas 18 horas, no Vaticano. Presentes, na ocasião, o Vigário do Reitor-Mor, P. Francesco Cereda – representando o Reitor-Mor, ainda ontem empenhado na visita a Malta – alguns Salesianos da comunidade vaticana e da Casa Geral, sobretudo o P. Thomas Anchukandam, antigo professor do P. Uzhunnalil que, quando era Superior da Inspetoria de Bangalore, autorizou o seu envio como missionário ao Iêmen.

Os cumprimentos foram logo fraternos: P. Uzhunnalil foi homenageado com a “ponnada”, hábito tradicional que é entregue aos hóspedes de respeito, e recebeu os abraços comovidos de todos os presentes. Por sua vez, o missionário indiano não fez outra coisa que repetir palavras de agradecimento, em primeiro lugar a Deus e a Nossa Senhora.

Um dos seus primeiros pedidos foi poder rezar na capela da comunidade salesiana no Vaticano. Também gostaria de celebrar logo a missa, mas devido às necessárias consultas médicas foi obrigado a postergar a realização desse seu desejo. Apesar disso, antes da chegada do pessoal sanitário, pediu para se confessar, dado que obviamente durante todo o tempo da prisão não lhe fora possível.

Diferente, porém, o discurso para a Eucaristia. Durante a noite de festa que lhe foi oferecida pela comunidade salesiana, enriquecida de comidas tradicionais indianas, P. Uzhunnalil contou que durante todo o período do sequestro continuou a celebrar espiritualmente a missa todos os dias, recordando de memória as leituras e as partes da missa, dado que não tinha à disposição nem textos litúrgicos, nem hóstia e vinho para celebrar.

O P. Uzhunnalil pareceu tranquilo e disponível e, sem deter-se nos detalhes, respondeu às perguntas dos irmãos. Confirmou que quando os assaltantes o sequestraram estava na capela da comunidade das Missionárias da Caridade de Áden; depois, contou que após o sequestro nunca foi maltratado e que depois do sequestro e seu rápido emagrecimento os raptores também começaram a dar-lhe remédios de que precisava para o diabetes.

Praticamente durante todo o período da prisão, vestiu as mesmas roupas; com seus raptores – que falavam em árabe – comunicava-se com um pouco de inglês; e durante o sequestro foi transferido duas ou três vezes, mas nessas circunstâncias estava sempre vendado.

“Jamais pensei que seria morto”, afirmou o missionário, que também recordou um episódio de 3 de março de 2016, a noite antes do massacre: a diretora da casa das Missionárias da Caridade, comentando a difícil situação em que se encontravam como religiosos em território de guerra, dissera que seria belo ser martirizados todos juntos por Cristo. Mas a mais jovem das religiosas – que sobreviveu ao ataque – respondeu-lhe: “eu quero viver para Cristo”.

O P. Uzhunnalil será hospedado na comunidade salesiana do Vaticano. A Congregação Salesiana tomou essa decisão acreditando ser o lugar mais adequado para garantir a sua assistência e permitir a sua completa recuperação.

Fonte: InfoANS