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Emoção marca “Conversas sobre perdas”

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Auditório Papa Francisco ficou lotado com a presença das mais de 300 pessoas, entre estudantes e profissionais da área da saúde

Uma palestra repleta de conhecimento, emoções e reflexão, marcou a manhã de sábado (13), das mais de 300 pessoas que estiveram presentes, no encontro com a médica geriatra e gerontologista, Dra. Ana Claudia Quintana Arantes.

Com o tema: “Conversas sobre perdas”, o UniSALESIANO trouxe ao curso de Medicina e profissionais atuantes na área da saúde de Araçatuba e região, a profissional que há mais de 20 anos se dedica à especialidade de cuidados paliativos.

A abertura do evento contou com a acolhida do Reitor da Instituição, Pe. Luigi Favero, dando boas-vindas à doutora Ana Claudia Quintana. 

A apresentação da profissional aos presentes, foi realizada pelo coordenador do curso de Medicina, Dr. Antônio Henrique Poletto.

PERDAS

Com uma voz suave e rigor em suas palavras, a médica relembra por meio de sua história de vida, as decisões que a fizeram seguir o caminho da Medicina e dos cuidados aos pacientes que têm doenças graves incuráveis, que ameaçam a continuidade da vida.

Em meio a palestra a profissional traz à tona uma discussão reflexiva sobre a relação do ser humano com o tempo e as perdas, sejam elas vinculadas a rompimentos afetivos, a términos de etapas de vida, perda de emprego, de sonhos e também das perdas mais temidas: das pessoas amadas que morrem.

“O que você está fazendo com seu tempo agora? Você está olhando para a sua vida de uma forma mais amorosa, pensando em curti-la porque ela vai embora, ou está perdendo tempo, esperando ver ele passar? ”, indagou a médica.

Segundo ela, o mundo ocidental tem uma capacidade limitada de compreensão do conteúdo da vida.

“Todos estão preocupados só com o tempo da vida, mas temos que aprender principalmente como é possível viver bem, mesmo diante de adversidades; e o quão importante é amar intensamente, e enxergar a morte como um processo natural, uma ferramenta empoderadora”, destacou Ana.

A palestrante explicou que a ideia é trazer essa discussão e reflexão num momento da vida em que as pessoas, tecnicamente, não estejam próximas da morte.

“Eu penso que para você falar da vida com o compromisso, com a responsabilidade e a importância que a vida tem, não há outro caminho que não seja entender que ela termina. Enquanto formos pelo caminho bobo e superficial de acreditar que a vida é apenas uma busca de sucessos, vantagens e poderes, estaremos abrindo mão de viver uma vida com sentido”, explicou.

HUMANIZAÇÃO

Sem o intuito de enfatizar sua área de expertise, Dra. Ana Claudia usou seu conhecimento para levar aos presentes uma reflexão sobre como viver uma vida mais proveitosa e significativa.

“Os ocidentais devem perder o medo da morte e quebrar o tabu sobre ela, que impera ainda na sociedade e na própria medicina”, destacou

A médica apontou aos estudantes do UniSALESIANO e profissionais presentes, a necessidade de abrirem espaço nos seus conhecimentos para saberem acompanhar e ajudar quem vive o seu fim de vida, e não se limitarem a centrar-se apenas na cura de doenças e técnicas.

“O ponto central desse tipo de disciplina — ainda pouco conhecida — não é curar ou prolongar os anos do paciente, mas aliviar os sintomas de sofrimento, oferecer dignidade e melhorar a qualidade de vida daqueles que enfrentam essa realidade”, enfatizou a médica.

A profissional concluiu que promover assistência ao paciente com doença não curativa, visando oferecer dignidade, conforto e diminuição de sofrimento, sem se esquecer do apoio à família, é o foco dos cuidados paliativos, “essa especialidade da medicina que ainda tem muito a ser aprendida e difundida”, concluiu a profissional.

Ao final, os espectadores fizeram perguntas e compartilharam com a palestrante relatos e experiências emocionantes. Doutora Ana Claudia também autografou dedicatórias em livros de sua autoria e tirou fotos com os presentes.

Também estavam presentes o Vice-reitor e Pró-reitor Acadêmico, Profº. André Ornellas; o Reitor da Pastoral Universitária, Pe. Waldomiro Bronakowski; e o responsável pela equipe de colaboradores da Pastoral Universitária, Pe. Guillermo Morales Velazquez.


Rosiane Cerverizo/Unisalesiano


Fotos